Hoje celebramos os 50 anos das primeiras eleições verdadeiramente livres em Portugal, após um período de ditadura do Estado Novo. Com uma afluência às urnas sem precedentes, a abstenção foi a grande derrotada, com um resultado histórico de apenas cerca de 8%. O povo, farto de estar amordaçado, pode finalmente expressar-se pelo voto. Iriamos ter uma nova Constituição, muitas empresas foram nacionalizadas, das quais destaco a Banca e a Comunicação Social. Cercos foram montados para expulsar os fascistas do país, as terras foram entregues a quem as trabalhava e enfim, a vida era bela.
Mas como a História nos relembra, estas eleições quase não aconteciam. A data original era 12 de Abril. Isto porque no programa do MFA podia ler-se “convocação, no prazo de doze meses, de uma Assembleia Nacional Constituinte, eleita por sufrágio universal, directo e secreto, segundo Lei Eleitoral a elaborar pelo futuro Governo Provisório”. A ala mais à esquerda, dominada pelo PCP e outros partidos ainda mais radicais cujo ADN ainda vive no BE quiseram adiar as eleições, sem data definida. Na altura não queriam eleições, mas hoje são os partidos que mais reivindicam a vitória do 25 de Abril de 1974. Reivindicam que acabaram com um regime ditatorial, mas queriam instaurar outro…
O resultado das eleições foi claro, com vitória do PS seguido do PPD. A partir dessa altura foi sempre a subir. A abstenção, claro! Segundo dados da Pordata, a evolução da abstenção foi quase sempre no sentido ascendente, como se pode verificar no gráfico:

O que leva afinal os portugueses a “votar” neste grande partido da Abstenção “PdA”?
O que falhou afinal nestes 50 anos de democracia em pleno que afastou os portugueses do que mais desejaram e obtiveram no 25 de Abril de 1974?
O que leva a que o partido da Abstenção “PdA” tenha maioria absoluta há mais de 10 anos?
Algumas teorias populares a destacar:
– Eles são todos iguais
– Ganham sempre os mesmos
– Prometem mas não cumprem
– O meu voto não vale nada
– Hoje está um belo dia de sol
O que leva 60% dos eleitores a não exercer o seu direito de voto, pilar de uma Democracia digna desse nome? O que nos fizeram afinal para recusarmos o que há 51 anos atrás foi uma conquista?
A resposta é fácil. Portugal precisa de líderes. Portugal chora por líderes dignos desse nome. Não podemos continuar a eleger pessoas com base na imagem e nas falsas promessas. Com o rumo atual do País estamos condenados à estagnação e afastamos da classe política quem é mais competente. Precisamos de uma verdadeira alternativa política e nessa parte o Liberalismo pode ajudar. Precisamos de diretrizes claras, concretas e planos de execução. A classe política precisa de fazer um acordo de entendimento para resolver os problemas que temos na nossa sociedade, dos quais destaco a habitação, a saúde e a educação. Para isso 4 anos não chegam e arriscamos que quando muda o poder, tudo o que foi feito volte à estaca 0. Os portugueses precisam de ser envolvidos, saber o rumo e quais os objetivos a atingir. Só assim podemos derrotar o PdA.
Viva o 25 de Abril, viva a liberdade, viva Portugal!

Deixe um comentário