Quando viajamos por países europeus não tão distantes do nosso, podemos observar o entusiasmo com que a vida acontece nas principais praças e recreios das aldeias, vilas e cidades. Dos 0 aos 90, a população junta-se em espaços ao ar livre para poder usufruir do belo sol que raia e aquece o ambiente (mesmo que estejam zero graus), ao som de uma música, peça de teatro, circo, ou simplesmente um evento qualquer que espontâneamente acontece e a que todos querem assistir.
Em Portugal, também as praças tiveram a sua importância no final do século XVIII quando apareceram os primeiros coretos. Ali, havia lugar de destaque, quer fosse para música, teatro, feiras, romarias, exposições, acçõs políticas e muitos outros eventos possiveis e imaginários. A população reunia-se ali, naquele espaço, para poder usufriur desses eventos, conversar, dançar, eram espaços sociais…de encontro e reencontro.
Depois… eis que chegamos ao que temos hoje. E aqui, no concelho de Santa Maria da Feira onde vivo e trabalho, os políticos locais decidiram que as Praças, outrora cheias de vida, animação e agitação deveriam de dar lugar a belíssimos locais onde as pedras da calçada nunca hão-de ser gastas.
No imediato, vem-me logo à memória a retirada do coreto em Lourosa. Alí, aquilo que poderia ser um local de encontro da população, depressa dá lugar a um largo despido de vida e de cor, silenciado por umas obras que trouxeram modernidade à praça mas tiraram a vida do lugar.
Não muito longe, em Arrifana foram feitas obras no largo da feira. Também zona de lazer, de realização da feira, de encontro para jogos tradicionais é agora uma belo local cheio de nada. A própria feira foi deslocalizada para que não se danifique o local que por daqui a 50 anos, por ninguém usar, estará apenas gasto pelo tempo.
Também em Arrifana… parque da Azenha, espaço igualmente remodelado vemos um vazio e gente, apenas interrompido por 2 ou 3 eventos que ocorre anualmente.
Ideias para dinamizar espaços precisam-se e os políticos que gerem as freguesias parecem não ter qualquer visão para o efeito (nem interesse). As Juntas, entregam as responsabilidades na Câmara e a Câmara limita-se a preocupar apenas com aquilo que é seu (dizer que faz)… é triste, poderíamos ver todos os fins-de-semana rostos muito mais felizes nessas praças.
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