Após a guerra mundial de 1939-45, os EUA apresentaram à Europa destruída um “Programa de Recuperação Europeia”, para reconstrução da Europa ocidental e para manter afastada a influência da União Soviética. O plano teve como alvo a reconstrução de infraestruturas, indústria, agricultura e comércio. 16 países aceitaram esta ajuda, os restantes tiveram que esperar mais alguns anos pelos ventos da democracia.
Quem, como eu, cresceu nesta nova Europa, veste uns jeans sempre que pode, já bebeu coca-cola, conhece músicas de rock’n’roll, vê uns filmes de Hollywood, e acima de tudo acredita no sonho americano, símbolo de liberdade, da oportunidade e da meritocracia.
A influência norte-americana espalhou-se pelos mais diversos sectores, dos quais destaco a Cultura, a Economia, a Tecnologia e a Ciência. Os jovens, ressequidos com uma Europa ainda agarrada a velhos valores, aceitam este elixir “American Way” que vem do outro lado do Atlântico. Esta nova ordem mundial trouxe paz e prosperidade e a sensação de segurança face às ameaças de Leste. Assim adormecemos inebriados, enfartados por este banquete do bem, ao som de uma boa música Country e nos braços da polícia do mundo.
Eis que amanheceu e o sol já entra pela janela do quarto. A Europa acordou e viu que a cama está vazia. “Onde se meteu a América?” pergunta sozinha. Pega no telemóvel em busca de notícias. A América não atende. Sente um aperto no peito. Faltam-lhe as forças. Tenta lembrar-se da noite passada para perceber onde errou. A dor de cabeça é enorme. Tenta-se recompor e para desanuviar abre a página do seu jornal favorito. Finalmente enfrenta a dura realidade ao ler a notícia em destaque: “Donald Trump foi reeleito”.
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